sexta-feira, 6 de novembro de 2009

BOICOTE ÀS ELEIÇÕES PRA REITOR!

CHAMADO A TODAS AS CHAPAS E A TODOS OS ESTUDANTES

DIA 10/11 – BOICOTE ÀS ELEIÇÕES PRA REITOR!

A falta de democracia na USP afeta diretamente todos os que aqui estudam e trabalham. Para citar apenas alguns exemplos mínimos aqui na Letras, podemos pensar na reforma curricular levada à cabo em 2008 sem absolutamente nenhuma participação estudantil, na qual os RDs foram meros espectadores; ou as constantes ameaças de retirada do mínimo espaço estudantil; ou a eterna construção do “puxadinho” no nosso prédio, em que ficamos sem poder opinar sobre os novos espaços e se nos planos de quem decide há algum espaço reservado para as atividades dos estudantes, sem saber porque a obra é embargada, sem saber quando a obra terminará, etc.
Mas esta ausência completa de democracia não está apenas nas decisões sobre o que ocorre em cada curso: ela está expressa na elitização da USP, que deixa fora de seus muros todo o povo pobre que a sustenta com seus impostos; está expressa no trabalho semi-escravo implementado aqui através da terceirização, voltada para encher os bolsos dos dirigentes da universidade que colocam aqui suas empresas privadas para abocanhar uma fatia do orçamento por meio desta “prestação de serviços”.
À nossa organização política, que é a única forma de lutarmos por nossas demandas e contra a falta de democracia (foi o que conquistou, por exemplo, na greve de 2002, mais de noventa professores para a FFLCH ou a verba para a reforma da Letras), aqueles que estão encastelados no poder da USP respondem com repressão. Representamos uma pedra no sapato da reitoria, do governo e das fundações de direito privado dentro da universidade. Os processos e sindicâncias, os cerceamentos a liberdades democráticas e espaços estudantis, as punições de diversas formas se intensificam imensamente na USP. A demissão de Brandão, no fim de 2008, feita de forma completamente inconstitucional, é o exemplo mais marcante desta escalada repressiva. Eles sabem que precisam nos calar para poder implementar seus projetos aqui.
Foi a partir das greves de 2007 e, principalmente, da deste ano, que se abriu uma crise na universidade, pois, depois da repressão que se deu no campus, a estrutura retrógrada e autárquica do poder na USP foi evidenciada de tal forma que não era mais possível nem aos seus próprios dirigentes fingir que nada estava ocorrendo. Mesmo neste cenário de crise o processo de escolha do novo reitor ocorre a portas fechadas. Para que ele possa transcorrer “tranquilamente” e assegurar que o poder se mantenha nas mãos dos mesmos que o detém hoje, a necessária ofensiva repressora voltou com força, expressando assim o conteúdo político deste regime autárquico. Novos processos criminais e sindicâncias foram abertos contra estudantes e funcionários, punições ao sindicato, corte de salário, novas ameaças de demissão, etc.
Diante deste cenário, houve duas políticas distintas colocadas frente às eleições para reitor. Uma foi a colocada pela Adusp e, no movimento estudantil, pelo PSOL, de participar com um candidato oficial, Chico Miraglia, legitimando o processo eleitoral, como se houvesse espaço possível de ser disputado entre aqueles eleitores – os mesmos que permitiram arbitrariamente a entrada da polícia no campus e que excluem totalmente estudantes, funcionários e boa parte dos professores de todas as decisões.
A outra foi a colocada pelo Sintusp, por nós do Movimento A Plenos Pulmões e do Pão e Rosas, e em primeiro momento pelo DCE (que depois abandonou essa política), de lançar a anticandidatura de Chico de Oliveira, como uma forma de protesto contra o regime espúrio que governa a universidade, e lançando um programa de ação para o segundo semestre, no qual está inclusa a necessidade de impedirmos que as votações para reitor aconteçam, colocando a perspectiva de transformar o governo da universidade.
Nós acreditamos que todas as decisões na universidade devem ser tomadas por aqueles que compõem a universidade, ou seja, estudantes, funcionários e professores, de acordo com o peso que têm dentro dela, e achamos que devemos lutar por isso.
Frente a isso, há duas demandas fundamentais que se colocam para qualquer estudante da USP que lute em defesa da educação pública e de uma universidade verdadeiramente democrática: a organização do boicote ao segundo turno das eleições para reitor, dia 10/11, e uma ampla campanha contra a repressão, em defesa do Sintusp, das entidades estudantis e de todos os estudantes e funcionários que estão sofrendo represálias. Chamamos o Caell e todas as chapas que concorrem nesta eleição a construir ativamente este ato, tomando estas bandeiras como prioritárias. Este é o chamado central que queremos fazer a todas as chapas e a todos os estudantes.


Horário: 6h – fechamento das entradas da reitoria Local: em frente à REITORIA
11h – ATO pela democracia na USP

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